O que esperar do mercado de eventos a partir de 2018?-1
Tendências em eventos | 10 minutos de leitura

O que esperar do mercado de eventos a partir de 2018?

Preparando-se para organizar um evento? Já sabe o que esperar do mercado de eventos a partir de 2018? Confira neste post!


Uma notícia divulgada no início desse ano traz perspectivas interessantes para o mercado de promoção de eventos. Duas das maiores promotoras de feiras do mundo iniciaram conversas para tratar de uma possível aquisição. A Informa se movimento para adquirir a UBM em uma negociação que ultrapassa a cifra de 4 bilhões de libras.

Um aspecto interessante dessa movimentação é que a conversa entre as duas empresas não é recente. A ideia da aquisição já surgiu há mais de uma década, mas não se concretizou. De acordo com Stephen Carter, diretor executivo da Infoma, o mercado de eventos B2B era muito diferente naquela oportunidade. Segundo ele:

Há 10 anos atrás existia o questionamento se estávamos nos aproximando do fim das interações face-to-face em eventos. Mas a demanda por conexões face-to-face de valor só cresceram.

Stephen Carter

diretor executivo da Infoma

A visão de Carter está alinhada às movimentações do mercado mundial de eventos. Uma pesquisa publicada no ano passado pela Certain mostra que 41% dos profissionais consideram eventos como a tática de marketing mais efetiva. Além disso, 69% dos respondentes afirmaram que pretendem aumentar o investimento de seus orçamentos de marketing em eventos.

Um post do Event Manager Blog traça um paralelo entre o declínio do varejo e a ascensão dos eventos nos últimos anos. Ao destacar o prejuízo de algumas gigantes varejistas, o blog aponta como um dos motivos para a queda está diretamente relacionado ao perfil das novas gerações: o post destaca que 75% das pessoas com menos de 35 anos estão mais dispostos a pagar por uma experiência do que por um produto. O artigo finaliza destacando o sucesso da indústria de eventos, que tem como principal modelo as interações face-to-face. Nos Estados Unidos, eventos geram um PIB de 115 bilhões de dólares e empregam mais de 1.7 milhões de pessoas – direta e indiretamente.

No entanto, não é só a valorização do mercado e o poder das interações cara-a-cara que reforçam as previsões de que o segmento de evento deve passar por grandes transformações. Em um artigo recente, Marco Giberti, investidor anjo em empresas de tecnologia para eventos, traz uma discussão extremamente interessante para o setor: quais são as chances de acompanharmos uma disrupção no mercado de eventos?

Em sua análise, ele se mostra bastante otimista, pontuando que o mercado já está pronto para sofrer essa disrupção. No entanto, não se sabe quando e nem quão dramático será esse processo. Os argumentos para essa certeza são matemáticos: no último relatório da Tracxn estão listadas 3.209 empresas de tecnologia para eventos. Dessas, 1.050 já receberam algum investimento de profissionais (investidores anjos, venture capital, private equity).

O exercício proposto por Marco está justamente no volume de empresas que já trabalham com tecnologia para o setor de eventos. Sem nem ao menos considerar o nascimento de novas empresas (o que é impossível), é extremamente pouco provável que ao menos uma centena dessas empresas passem ao próximo estágio – tornando-se negócios escaláveis e que tenham um impacto global significativo no setor.

Novidades tecnológicas na organização de eventos

No entanto, o artigo traz também o contexto cultural: o quão lento é o organizador de eventos a adotar novas tecnologias? Iniciei o texto com alguns dados que mostram o quão promissor é esse mercado. E Marco ainda aponta a percepção que teve a partir de conversas com CEOs de grandes empresas organizadoras de eventos: elas seguem crescendo, ano após ano, acima dos dois dígitos. Esse contexto tende a frear um pouco a adoção de inovação e novas tecnologias, afinal, em time que está ganhando não se mexe.

Por outro lado, alguns dados já mostram uma mudança de paradigma importante no que diz respeito à percepção do organizador de eventos em relação à tecnologia. O EventManager Blog conduziu uma pesquisa que continha a seguinte pergunta:

“O uso de tecnologia em seus eventos deve mudar em 2018?”

59% dos respondentes afirmaram que devem aumentar o uso de tecnologia nesse ano, enquanto 40% disseram que a utilização de tecnologias deve permanecer igual. Apenas 1% respondeu que deve diminuir o uso de tecnologias para eventos em 2018.

Um outro estudo, conduzido pela Bizzabo, reforça esse mindset. Com a afirmação “Tecnologias podem ter um impacto positivo nos meus eventos” o objetivo dessa análise era entender a percepção dos organizadores a respeito do valor entregue pelas tecnologias atuais. Os resultados são ainda mais favoráveis à inovação:

86% dos entrevistados disseram concordar com a afirmação, 13% mantiveram-se neutros e, novamente, apenas 1% discorda do fato que tecnologias podem ter impacto positivo em seus eventos.

Podemos afirmar, então, que vivemos um momento muito especial na indústria dos eventos. O mercado está aquecido e as empresas acreditam nesse canal cada vez mais. Ao mesmo tempo, surgem inúmeras empresas de tecnologia para resolver problemas reais desse setor – empresas que seguem crescendo e recebendo aportes de capital. Além disso, a percepção de valor de tecnologia por parte dos organizadores tem amadurecido cada vez mais. Por isso, concordo absolutamente com a análise do Marco que o mercado de eventos está mais do que pronto para sofrer uma disrupção.

A grande questão é: o que nos espera? Por isso, preparei uma lista de tendências em tecnologia para eventos que tem sido tratada no mercado como os próximos potenciais a direcionar a revolução segmento.

Hiper personalização

As novas gerações estão cada vez mais acostumadas com conteúdos específicos: os feeds de notícia do Facebook e Instagram, as sugestões de séries e filmes do Netflix, o Daily Mix do Spotify, o anúncio específico de um produto que você está precisando.

Por que, então, quando tratamos de eventos parece estar tudo bem ser generalista na comunicação, na programação, nas atrações?

Um caso extremo de generalização e muito comum no mundo dos eventos exemplifica bem esse tratamento generalizado. Quem nunca recebeu um e-mail de “Inscreva-se agora!” para um evento para o qual já havia comprado os ingressos?

Uma comunicação pessoal e efetiva, que leva em conta a jornada do cliente, é um dos aspectos que impactam diretamente na percepção de valor de seu evento. Hoje já estão disponíveis tecnologias que permitem essa comunicação segmentada sem a necessidade de gerenciar planilhas enormes.

Integração de dados

A verdade é que com o aumento massivo do uso de tecnologia, os organizadores estão cada vez mais envolvidos com o trabalho que é gerenciar todos os dados e informações de lugares diferentes.

Desde o credenciamento, passando pelo CRM e ferramentas de automação de marketing, até o app e ferramentas de pesquisa pós-evento. Com o surgimento de cada vez mais tecnologias que resolvem problemas específicos, a capacidade de integração se torna uma tendência importante.

Observamos uma preocupação cada vez maior por parte do organizador, no momento da decisão por um ou outro fornecedor, se a sua tecnologia é integrável ou existem APIs e a capacidade de desenvolver algum tipo de integração.

Um outro caminho que estamos acompanhando com essa tendência é o surgimento e reposicionamento de empresas para que buscam se tornar soluções ponta-a-ponta.

Segurança de dados

É cada vez maior o número de tecnologias que permitem a captura de dados e informações. Por isso, a preocupação com a segurança desses dados tem se tornado um tema importante – não só para os organizadores, mas também para os participantes e clientes.

A partir desse ano, a tendência é que os organizadores passem a ser cada vez mais criteriosos a respeito de como os fornecedores gerenciam suas informações e dados: quais são as políticas de segurança e privacidade? Além disso, valorizam-se aqui provedores que já possuem mais solidez no mercado e comprovadamente, a partir do trabalho com outros clientes, conseguem dar mais segurança a seus clientes.

Sob a ótica do participante, o organizador também deve passar a se preocupar cada vez mais com as suas próprias políticas de privacidade. O quão transparente e claro está para os visitantes quais dados e informações são capturadas e como podem ser usadas.

Chatbots

Desde o ano passado, muito se fala sobre chatbots e seu potencial. Já vimos algumas aplicações específicas em eventos, com chatbots que respondem a perguntas como:

“Onde é o evento?”

“A que horas começa a palestra sobre tecnologia?”

“Qual a senha da internet?

Não tenho dúvidas que devemos acompanhar a evolução dessa tecnologia, que além de remover grande parte dos problemas de user experience para se chegar a uma informação tende a evoluir para ter conversas mais fluídas.

Saber mais sobre chatbots em eventos

O mix entre o chatbot e a inteligência artificial pode criar assistentes virtuais que aprendem entre edições de eventos e a tendência é observarmos algumas utilizações bastante impressionantes.

Além disso, ainda existe um potencial enorme para que chatbots sejam mais proativos em sua comunicação. Imagine, por exemplo, uma aplicação onde um chatbot pede feedback a respeito de uma palestra específica. A tendência é que se obtenha informações mais ricas e completas que uma mera pesquisa de satisfação.

Reconhecimento facial

Existe uma grande expectativa em relação a evolução e adoção da tecnologia de reconhecimento facial em eventos por dois motivos principais:

Primeiro, não existe mais quem suporte as filas e o tempo de espera para se credenciar em um evento. Ainda que as tecnologias de pré-credenciamento estejam evoluindo cada vez mais para agilizar o processo de entrada dos visitantes no evento, o reconhecimento facial pode ser uma das disrupções que vamos acompanhar no segmento. Isso não somente porque reduz consideravelmente o tempo de entrada de um participante, mas os custos de operação são diminuídos drasticamente por não exigir um staff tão robusto para executar o credenciamento.

Outro aspecto importante está justamente na aplicação para questões de segurança. Em eventos com centenas de milhares de participantes, qualquer problema de segurança pode ser catastrófico. O reconhecimento facial muda o paradigma de segurança no local de evento a partir do momento que garante que todos os que ali estão, são pessoas autorizadas.

Realidade Virtual e Aumentada

Já faz um tempo que esperamos ver os impactos da realidade virtual e da realidade aumentada em eventos. O que me leva a crer que esta tecnologia segue como uma tendência é que os custos de execução estão cada vez menores. Cardboard do Google e óculos da Samsung fazem com que smartphones se transformem em dispositivos de realidade virtual.

Além disso, vimos também a movimentação da Apple melhorando muito o suporte para realidade aumentada nos novos iPhones.

Na conferência que estive no México, uma das palestras foi inteiramente dedicada a este tema. O que mostra um alinhamento de tecnologia com expectativa dos organizadores. O grande ponto aqui é que ainda não tivemos a oportunidade de ver a real aplicação dessas tecnologias.

Fato é que, com toda a atenção que tem se dado a esse tema, não deve tardar até começarmos a experimentar as primeiras camadas de interação em eventos que mesclam o real e o virtual.

Aplicativos para eventos

Os aplicativos para eventos já são uma realidade e estão consolidados ao redor do mundo. A penetração dessa tecnologia não deve ser analisada somente sob a ótica do organizador, mas levando em consideração também as expectativas dos visitantes que estão cada vez mais acostumados e habituados a consumir informações e interagir nessa mídia.

Com o mindset dos organizadores cada vez mais voltado à captura e análise de dados, é possível concluir que os apps seguem crescendo no próximo ano – já que se provaram um dos caminhos mais efetivos para esse fim.

No entanto, uma mudança importante motivada pelas novas políticas da Apple impactam como vamos observar a evolução dessa tecnologia. Eu escrevi sobre esse tema nesse artigo.

O melhor aplicativo para eventos

Agora, organizadores têm dois caminhos: ter seu evento em um app container de seu provedor ou ter um app exclusivo em sua própria loja.

O primeiro caminho oferece alguns benefícios. O fato de os fornecedores terem apenas um aplicativo publicado, faz com que as mudanças e melhorias sejam feitas de forma mais ágil e efetiva. O tempo para disponibilizar o seu evento em um app também é consideravelmente menor. Além disso, a adoção tende a melhorar – uma vez que os usuários não necessitam baixar múltiplos aplicativos. Tudo isso com uma experiência de marca muito similar ao que o mercado já está habituado.

No entanto, entendendo que para uma fatia do mercado a exclusividade de um app seguia importante, a Apple reconsiderou suas políticas e permite que apps white-label sejam publicados nas lojas dos próprios clientes. Esse opção é importante, mas exige mais tempo, esforço e – consequentemente – mais recursos.

Cada vez mais empresas investem em eventos, cada vez mais as empresas que organizam eventos olham para tecnologia. A cada dia, empresas de tecnologia para eventos se dedicam a resolver problemas da indústria. Vivemos em um momento muito especial no setor.

Quero melhorar meus eventos

Pra você, qual a tendência deve se consolidar ainda em 2018? Conte pra gente nos comentários!


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