imagem com símbolos representando storytelling em eventos
Engajamento em eventos | 5 minutos de leitura

Storytelling como gatilho para conexões autênticas

Entenda porque storytelling é muito mais do que apenas contar histórias


Recentemente, assisti a um vídeo do canal Ideas Never Sleep, onde a professora de literatura da NYU Stern, Naomi Diamant, comenta sobre a importância do ato de contar histórias, ou no termo inglês “the act of storytelling” na construção de uma comunicação eficiente. Neste vídeo, ela comenta que tudo na vida se resume a histórias. É a melhor forma de conseguirmos nos conectar com outras pessoas através do espaço e tempo.

Independente da evolução tecnológica e toda a transformação nos meios de comunicação nas últimas décadas, o impulso chave permanece: o de criar uma oportunidade de conexão e engajamento entre diferentes atores. A partir desse engajamento inicial existe uma sucessão, uma porta aberta para a criação de uma nova história.

A forma com que o locutor se aproveita dessa porta aberta para agregar mais valor na narrativa varia de acordo a necessidade, cultura, ambiente e o próprio meio de comunicação. Cada meio de comunicação estimula as pessoas a formularem sua história de uma forma específica, usando diferentes tipos de recursos, funcionando como uma espécie de Economia da Linguagem.

Como criar engajamento utilizando o storytelling

Quantos caracteres, quantos parágrafos, quantas páginas, quantas telas são necessárias para criar um impacto relevante para outro ator?

Em suma, o diferencial que faz uma história ser mais relevante do que uma outra é o poder da analogia. A tecnologia mudou o jogo em termos de velocidade, a velocidade da analogia, quão imediatamente uma metáfora consegue transmitir uma imagem clara.

No mundo dos negócios, por que isso é importante?

Na era do big data, existem tantos fatos, dados e métricas, que fica complicado processar uma conclusão de forma objetiva.

A inteligência informativa sugere uma hipótese e apresenta dados para comprovação, mas acima disso, existe a inteligência narrativa que dá corpo, contexto e persuasão para a história, em especial com o uso de analogias.

Storytelling se aplica (e implica) a todo e qualquer nível de uma organização, não somente nas áreas de Marketing e Comunicação. Em um fluxo interno ou externo, é o elo que conecta qualquer pessoa, pois todos formam suas próprias narrativas, persuadem e são persuadidos diariamente.

Empresa x Público: estratégias de comunicação com aplicação de storytelling

Hoje em dia, os consumidores estão saturados com tantas informações e conteúdos sendo constantemente jogados à sua frente.

Sendo assim, para ganhar destaque e relevância, organizações investem cada vez mais em storytelling, já que a estratégia permite uma aproximação autêntica e positiva aos seus públicos de interesse.

Ao contrário de comunicações mais convencionais centradas em produtos, por exemplo, que podem parecer oportunistas, o uso de histórias tem maior capacidade de reter a atenção do público. O efeito se intensifica quando as histórias são apresentadas em formatos facilmente receptivos àqueles a quem são destinadas.

A rede de agências de relações públicas espanhola Llorente & Cuenca lançou uma pesquisa, no final de 2017, sobre storytelling como estratégia chave de comunicação empresarial. A pesquisa contou com a participação de cerca de 30 empresas, como Deloitte,Telefónica, Coca-Cola e Johnson & Johnson.

Ao ler essa pesquisa, o que mais me chamou atenção foi a importância dada pelos executivos ao objetivo da criação de laços afetivos com o uso de storytelling. Mas para que isso se torne possível, é necessária uma interação entre os grupos de interesse e as empresas. Afinal, storytelling é sobre conexão.

Um grande case de sucesso sobre conexão entre empresa e público foi realizado pela Gatorade, contado nessa matéria do jornal britânico The Guardian. Com o objetivo de se conectar com homens com idade superior a 30 anos, que na sua juventude consumiam produtos da empresa, mas hoje não o fazem mais por não praticarem mais esportes, a empresa fez uma campanha e rastreou membros de dois times rivais de futebol americano, que fizeram uma grande final colegial 15 anos atrás, que terminou empatada.

A organização da campanha colocou esses homens para treinar e reeditaram a final meses depois. Ao recrutar pessoas comuns para participar de um evento esportivo contextualizado, a empresa não só contou uma história de uma comunidade, mas instigou o poder da motivação, provando que as pessoas podem ir além do esperado se forem determinadas.

Aproximação -> interação -> relacionamento -> vendas

A história funcionou. Na região onde a campanha foi feita, as vendas subiram 63% e a empresa conquistou prêmios importantes de comunicação, como no Festival de Cannes.

O mais impressionante, para mim, é o poder demonstrado ao convidar seu público de interesse a interagir e a se engajar de forma autêntica. Esse público contou sua própria história e construiu uma ainda maior em conjunto com a Gatorade.

Mas pô, Vinícius, não é toda empresa que tem esse poder da Gatorade para realizar uma campanha dessas. Concordo. De forma mais comum, a realização de um evento serve ao mesmo objetivo de aproximação e interação com públicos de interesse. Essa é uma estratégia não somente mais acessível, como é a grande tendência corporativa em quase todos os segmentos.

A Harvard Business Review Analytics Service lançou na semana passada um teaser de uma pesquisa com mais de 700 executivos sênior na área de Event Marketing, que será lançada por completo em Setembro.

Nesse teaser já se extrai alguns dados e insights chave sobre o uso de tecnologias para aprimorar as experiências oferecidas aos públicos de interesse nos eventos realizados pelas empresas, além da facilitação da mensuração da eficácia da comunicação e ROI.

Dois dados que mais me chamaram atenção foram:

  • 52% dos executivos respondeu que a estratégia de eventos gera mais negócios do que qualquer outro canal de marketing, enquanto 8% disseram que gera menos;
  • As empresas da pesquisa que mais cresceram (no mínimo 30% de aumento de receita nos últimos 2 anos) aumentaram sua atuação em eventos neste período;

E alguns insights dos executivos também:

  • Utilização de tecnologia para metrificação da experiência do público durante os eventos e uso desses dados para se tornarem suas futuras abordagens mais personalizadas e relevantes a eles;
  • Nas estratégias de patrocínio de outros eventos, os executivos estimulam profissionais a pensar fora da caixa, se envolver e dar uma razão real para o público interagir com a sua empresa.

Se a sua empresa quer se aproximar, conectar-se e interagir com seu público de interesse com a realização de um evento, pense na história que seu público quer ouvir e construir junto com você!

Quero saber mais sobre storytelling e aplicá-lo em meu evento!


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