imagem de adolescentes representando os millennials
Engajamento em eventos | 5 minutos de leitura

Os millennials e os dilemas da indústria de eventos

Descubra os principais dilemas da indústria de eventos nessa geração


Diversos fatores influenciam a maneira como percebemos e interagimos com tudo a nossa volta. Nossa criação, valores assimilados e poder aquisitivo são alguns deles. De maneira geral, é comum que nós, enquanto indivíduos sociais, compartilhemos uma visão de mundo similar a de pessoas que cresceram e se desenvolveram em condições parecidas com as nossas. Naturalmente, a idade é também um desses fatores. Há bastante tempo a ideia de geração alimenta as escolhas de publicitários e de marcas dos mais diversos segmentos. Na indústria de eventos não é diferente e, por isso, muitos organizadores têm se preocupado cada vez mais com a crescente em importância de uma geração que parece ainda não ter sido completamente decifrada: os millennials.

O que são, onde vivem e do que se alimentam?

Também chamada de Geração Y, compreendendo indivíduos nascidos em meados do início dos anos 80 e final dos anos 90, os millennials hoje representam cerca de um quarto da população mundial. De acordo com estudos realizados pela Nielsen, até o final de 2025, espera-se que correspondam a 75% da força de trabalho. Como consequência, também se tornarão o maior e mais influente grupo de consumidores. Quando colocamos esses números na mesa, fica fácil entender o motivo do alarde. No entanto, o problema começa no momento em que tentamos inserir toda uma geração de pessoas em uma única caixinha, atribuindo a elas o mesmo conjunto de características, interesses e escolhas. Não bastasse isso, uma série de conclusões equivocadas têm sido extraídas a partir dessas convenções – muitas vezes questionáveis.

Os millennials e a indústria de eventos

Do ponto de visto do mercado de eventos, a ascensão de uma geração que é frequentemente caracterizada – às vezes pejorativamente – como hiperconectada, de fato, pode assustar. A percepção usual é de que se trata de um público autocentrado, alheio ao “mundo real” e incapaz de romper a bolha digital em que vivem. Esse pode até ser um bom mote para o futuro distópico em um filme de ficção científica, mas a realidade conta com uma premissa um pouco mais otimistas. A despeito de qualquer estereótipo, de maneira geral, os millennials são realmente uma geração hiperconectada. Isso não significa que vivam alheios ao mundo que os cerca, pelo contrário. Na verdade, utilizam a tecnologia como instrumento para expandi-lo. E isso diz muito sobre sua relação com os eventos. Enquanto os Baby-Boomers e a Geração X participavam de feiras, congressos e festivais com o objetivo de ter acesso a conteúdos e pessoas que não estariam disponíveis a partir de outros meios, os millennials tendem a encarar esses mesmos eventos como experiências que trazem uma nova dimensão aquilo que eles já têm acesso. Essa, portanto, não é uma geração que perdeu o interesse em eventos. Suas prioridades são apenas diferentes.

O futuro chega para todos

Alguns dos principais avanços tecnológicos das últimas décadas impactaram profundamente toda a dinâmica de comunicação no mundo. Esse impacto tem reflexo direto na forma como interagimos com quase tudo e talvez seja um dos grandes responsáveis por algumas das características que costumamos associar aos millennials. Afinal, é natural que uma geração que nasceu na gênese dessa revolução a assimile com naturalidade. O que não significa que as anteriores estejam alheias a ela. A medida que as mesmas tecnologias que ajudaram a formar todo um grupo de pessoas avançaram, também se tornaram mais humanas e acessíveis. Consequentemente, a curva de aprendizado que, a princípio, talvez fosse íngreme demais para muitos Baby-Boomers e integrantes da Geração X, deixou de ser um problema. Nunca tantas pessoas de faixas etárias tão distintas estiveram engajadas em uma mesma rotina permeada pelos mesmos serviços de tecnologia.

Um dilema que vai além dos millennials

A confusão começa quando padrões comportamentais que, a princípio, eram esperados apenas de pessoas nascidas dentro de um certo período de tempo, passam a ser reproduzidos por outras gerações. De repente, os receios que os organizadores de eventos tinham em relação a um público que ainda tentam decifrar se materializam também na sua audiência de longa data. É aí que percebemos que toda essa conversa talvez não seja sobre uma geração em particular, mas sobre a progressão natural das coisas. Os millennials podem ter abraçado esse processo de mudança de maneira mais enfática, mas ele chega para todos – ainda que em maior ou menor grau. A geração hiperconectada então deixa de ter um rosto e uma faixa etária razoavelmente clara, ultrapassando o próprio conceito de geração.

A indústria de eventos está em ebulição, e isso é positivo!

A preocupação que muitos organizadores de eventos têm com o impacto de um novo público na indústria não só é válida como pode ser muito produtiva, mas talvez deva ser descolada da questão geracional. Os millennials foram o pontapé que muitos precisavam para repensar processos e dispensar alguns dogmas, mas essa inquietação não deve se restringir apenas a essa parcela do público. Organizar eventos mirando uma audiência tida como “mais tradicional” já não é desculpa para se manter preso ao velho feijão com arroz. A motivação que leva os Baby-Boomers e a Geração X aos eventos já se confunde à dos millennials, provocando um grande rebuliço que, no fim das contas, é proveitoso para todo mundo. Ou, na verdade, nem tanto para os organizadores que não tiverem disposição para ultrapassar a própria inércia.

Focando nos interesses. Não nos dados demográficos

Na dúvida, ao invés de partir de suposição e generalizações baseadas em dados demográficos, busque simplesmente entender as necessidades do seu público. Esse nem sempre é um processo fácil e as conclusões às vezes não serão tão claras quanto o desejado, mas é certamente um exercício produtivo e que pode elevar – e muito! – a qualidade da experiência que você propõe aos seus participantes. O que motivo que leva uma mesma pessoa a um mesmo evento há 15 anos possivelmente mudou ao longo do tempo, e isso é positivo. Essa é uma indústria dinâmica, que deve ser reativa ao espírito do tempo que a cerca. Ficar parado nunca é uma boa opção, e atender às demandas do seu público, independente da idade, geração ou gênero, deve ser sempre a prioridade máxima.


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