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Cases de Sucesso de eventos | 5 minutos de leitura

Dividir para conquistar: separando uma grande área em equipes menores

A importância de construir pequenas equipes e aumentar o rendimento do seu time


No início de 2017 a mobLee recebeu investimento da Bzplan e aliado a isso, a empresa tinha uma nova necessidade: escalar a equipe. Em 2016, a equipe de produto terminou com 6 pessoas e em 2017, o time duplicou para transformar em realidade uma nova visão de empresa com novas ideias e produtos. Todas as áreas passaram por uma grande mudança e aqui eu compartilho quais foram os principais desafios do time de produto.

Dobrando o tamanho da equipe

Em 2016, com 6 pessoas na equipe, tínhamos um divisão por plataformas: iOS, Android, Web e o time de Design. Nós utilizávamos a metodologia Scrum e as nossas semanas começavam com sprint planning, onde eram decididas todas as tarefas e o que iríamos fazer naquela semana.

Fazíamos dailies todos os dias para medir o nosso progresso e manter a transparência do time, como product reviews para mostrar o que foi desenvolvido para o resto da empresa. Por fim, realizava-se uma reunião de retrospectiva para discutir os highlights da semana e elencar possíveis melhorias para o nosso processo de desenvolvimento.

Porém, com o crescimento da equipe em 2017, não era mais produtivo e até factível comportar todos os membros do time em todas as reuniões. Afinal, doze pessoas discutindo ideias é uma situação que pode facilmente sair do controle e não chegar a lugar nenhum. Mas então como podemos manter a voz individual de cada um de nossos colegas sem perder a pragmaticidade e agilidade de nossas reuniões?

Tivemos então, a ideia de dividir essa grande área de produto em times menores. Mas dessa vez, não por plataformas e sim por funções e objetivos. As equipes teriam suas próprias reuniões e processos, fornecendo autonomia e identidade para cada uma.

Surgem então os times: WOW, Diamond, Blueprint e Revolution!

O Time WOW é o responsável não só pela identidade visual dos produtos da mobLee, mas também pelo feeling deles, a sua mecânica, sua interação com os usuários. O Diamond tem como principal objetivo polir nosso produto, aparar nossas arestas e ter um contato mais próximo com nossos clientes. A Blueprint é a equipe que cuida da nossa infraestrutura como servidores e banco de dados, provendo uma sólida fundação para os outros times trabalharem. E por fim, o time Revolution desenvolve os produtos que fazem parte da nova visão de empresa que temos.

Com essa nova autonomia, criam-se processos feitos sob medida para cada equipe. O Time WOW usa o famoso meme Doge para descrever as etapas de suas tarefas, o time Diamond faz analogias com diamantes, usando termos como lapidando e garimpando. A equipe Blueprint, composta por ávidos jogadores de videogames tem a etapa inicial do processo chamado “Good luck” e a finalização das tarefas chamada “Good game!”. No caso da Revolution, adotou-se clássicos do Rock, como Highway To Hell (AC/DC), Don’t Stop Believin’ (Journey) e Stairway To Heaven (Led Zeppelin).

Transparência

Ter times menores nos fornece mais agilidade de entrega, já que cada equipe trabalha mais focada em seus respectivos escopos. Porém, parece haver um problema de transparência. Com esse foco, diminui-se a visibilidade dos outros times? Dessa forma, parece que cada equipe faz o que quer e que não há mais uma unicidade. Certo? Errado. Existe um líder, um representante em cada grupo que reporta os feitos de seu time em reuniões com os outros líderes, para que todos fiquem a par dos acontecimentos. Essas reuniões são muito importantes para manter o alinhamento dos objetivos macros e também serve para obter ajuda na hora em que nos confrontamos com difíceis decisões técnicas.

Ainda sobre transparência, antigamente todos compartilhavam um board no Trello para o acompanhamento das tarefas. Porém, como pode-se imaginar, seria muito complicado manter um board com 12 pessoas trabalhando em coisas distintas. Seria muito bagunçado. Decidimos então fazer um board físico com post-its (afinal, para ser uma empresa cool, precisa-se de post-its, não?) para mostrar para todos o progresso de nossas tarefas, e dessa forma, efetivamente mantendo a transparência.

Aprendizado contínuo

Outra mudança que a área de produto sofreu relaciona-se com o fato de que antes, todos tinham conhecimento de tudo o que estava acontecendo, havendo um intercâmbio técnico constante. Desenvolvedores Mobile (iOS ou Android) às vezes lidavam com códigos vindos da Web e vice-versa. Todos sabiam um pouco de tudo.

Devido a separação dos times, muitas vezes não temos mais o contexto das coisas que foram criadas pelos nossos colegas e assim, acabamos perdendo a chance de conhecer diferentes tecnologias. Por exemplo, o time Blueprint começa a usar tecnologias novas como React e GraphQL, mas outros times acabam não tendo contato com isso. Como podemos manter o conhecimento sempre difundido entre nossos desenvolvedores?

Lunch talks. Essa é a nossa solução para esse problema. Toda sexta-feira um membro da área de produto faz uma apresentação sobre algum tema técnico para manter nossas mentes sempre atualizadas, e todas essas apresentações ficam guardadas na nossa nuvem para podermos consultá-las caso necessário.

Essa semana completamos nosso quadragésimo lunch talk. Os mais variados temas já foram abordados, desde linguagens de programação (Swift, Kotlin, JavaScript ES6), frameworks como Scrum e Kanban, Sistemas de design e a ferramenta Sketch, até temas mais rebuscados como Complexidade de Algoritmos, Machine Learning e Processamento Digital de Áudio. Às vezes, até temas que a princípio não parecem estar relacionados com nosso dia-a-dia aparecem, como a ferramenta Unity para criação de videogames.

Já tivemos apresentações de cunho mais teórico e outras bem práticas, com membros da equipe tendo que programar alguns desafios durante a apresentação. Apresentações estilo mesa redonda também aconteceram, gerando bastante discussão e engajamento.

Crescer nem sempre é fácil

Com certeza o processo de expansão na mobLee não foi só maravilhas. Tivemos nossos problemas ao longo do caminho de desmembramento da grande área de produto, mas nunca esquecemos os pilares do Scrum (transparência, inspeção e adaptação).

A transparência nos dá a visão do que há de errado, a inspeção nos ajuda a entender nossos problemas e a adaptação faz a mudança necessária para alcançarmos nosso objetivo.

Conseguimos chegar no que consideramos ser um ambiente saudável, divertido, aberto e com alta produtividade. Mais desafios virão pela frente, mas sempre estaremos discutindo novas ideias e propondo encaminhamentos para quaisquer que sejam os problemas. Afinal, é para isso que estamos aqui, para criar soluções!


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